Por Ulisses Pompeu – MarabáO caos no sistema de saúde de Marabá aumenta a cada semana. Desde a última terça-feira, 22, servidores dos dois hospitais municipais mais os que atuam nos 20 centros de saúde e no SAMU (Serviço Móvel de Urgência) paralisaram suas atividades e reivindicam reajuste salarial de 14,3% mais correções de perdas de 65%, melhoria no atendimento e equipamentos básicos de trabalho.
imageEnquanto isso, quem precisa de atendimento está sendo penalizado com a greve, pois apenas 30% do pessoal da Saúde está trabalhando, conforme norma legal. No Hospital Municipal, onde antes a situação já era caótica, o atendimento ficou pior, devido à redução drástica do número de servidores dos níveis Médio e Fundamental, que pararam de trabalhar.
De acordo com a Assessoria de Comunicação da prefeitura, o gestor municipal, Maurino Magalhães de Lima (PR) encontra-se em Brasília (DF) e só retorna na próxima sexta-feira (25), quando, então de se reunir com os representantes dos grevistas. Por isso, o restante da semana deverá ser de drama na área de saúde.
Segundo o diretor do Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública), Raimundo Gomes Bezerra, recentemente os médicos do município tiveram um aumento de 50%, enquanto a proposta do Executivo de reajuste para os demais servidores é de 3%.
“Há uma discriminação, além do atraso no pagamento do vale-alimentação, o técnico de enfermagem no município hoje ganha R$ 646, pouco mais que o salário mínimo que é de R$ 622”, compara ele.
Ainda de acordo com Raimundo Bezerra, a greve não visa só os interesses da classe, mas também da população, uma vez que desde novembro passado o Hospital Municipal não realiza cirurgias eletivas por falta de material. “A população é extremamente prejudicada, além de faltar equipamentos básicos como seringas e luvas, tanto nos postos de saúde quanto no Hospital Municipal”.
O diretor do Sintesp explica ainda que o sindicato tem uma proposta chamada de “Plano B”, que seria a incorporação, ao salário, do abono que parte dos servidores recebe atualmente.
Urgência e emergência
Apenas serviços de urgência e emergência estão funcionando no município. Consultas, mesmo as que estavam marcadas, assim como agendamentos e exames, tudo foi cancelado enquanto durar a greve.  “Queremos que 70% dos trabalhadores façam adesão à greve, o que dá em torno de 1.200 pessoas”, afirma Raimundo Bezerra.
Ele disse esperar que a negociação com o prefeito ocorra com a maior brevidade para que a população volte a ter atendimento, disse o presidente do Sintesp.